Revisitando a Etapa Gatilho
A decisão de reformular o projeto surgiu da necessidade de simplificar sua estrutura sem perder a força da narrativa e da mensagem. A complexidade anterior, centrada em um labirinto interativo com múltiplos caminhos e escolhas, foi substituída por uma proposta mais direta, sensorial e emocional: uma instalação que transporta o público para o cenário simbólico de uma casa queimada, ecoando os efeitos do desmatamento da Amazônia na intensificação das mudanças climáticas.
A motivação permanece enraizada na minha trajetória como comunicador em saúde, com experiência em ações de conscientização e educação em ambientes sociais. No entanto, o foco artístico agora está mais voltado à provocação reflexiva do público através da força imagética e simbólica do espaço. A destruição de um lar — espaço de segurança e afeto — torna-se metáfora para a destruição do nosso planeta, e, mais especificamente, da Amazônia brasileira, entre 2018 e 2022, período marcado por políticas antiambientais e um aumento expressivo do desmatamento.
O vídeo projetado no centro da instalação será construído a partir de imagens de satélite, manchetes de jornais e trilha sonora de artistas amazônicos, oferecendo uma experiência audiovisual intensa, contemplativa e crítica. Os móveis queimados e reaproveitados, coletados em áreas atingidas por incêndios em Portugal, conectam a destruição local com a devastação global, criando um diálogo visual e político entre duas realidades.
O projeto mantém seus pilares iniciais: uso da média-arte digital, impacto social e ambiental, e imersão estética. A escolha de um formato mais contido e simbólico foi o gatilho necessário para alinhar forma e conteúdo de forma mais eficaz.
