Conceptualização – Entrada 3

Conceptualização

A transformação da proposta inicial para o formato atual do projeto marca o momento em que a intenção se cristaliza e dá lugar a uma hipótese artística clara. Ao abandonar a estrutura labiríntica, decidi focar na força de um ambiente único e imersivo, onde o espectador é colocado frente a frente com os vestígios simbólicos de um mundo em combustão. O cenário parcialmente queimado, inspirado em incêndios florestais reais ocorridos em Portugal e outras partes do planeta, serve como metáfora visual para o impacto das ações humanas na Amazônia brasileira, especialmente no período de 2018 a 2022.

A hipótese artística que sustenta este artefato é a de que é possível provocar um estado de empatia, reflexão crítica e consciência coletiva a partir de uma experiência estética imersiva construída com elementos físicos (objetos queimados) e audiovisuais (vídeo com imagens de satélite, música regional amazônica e projeções).

Este conceito surge da fusão entre pesquisa empírica, memória afetiva e urgência política. As fontes que me inspiraram vão desde relatórios científicos sobre o desmatamento na Amazônia até composições musicais produzidas por artistas da floresta. Além disso, obras como “Smoke and Mirrors” de Beatie Wolfe, a iniciativa Arte Eletrônica Indígena – Reflexões com Pataxó Hãhãhãe, e o projeto Ghetto Six, de Lorenzo Bordonaro, foram fundamentais para expandir minha visão sobre os modos de representação artística do território, da resistência e da memória. A articulação entre essas referências formou a base para o protótipo conceptual da obra: uma instalação artística sensorial que convida o público a sentar-se no espaço devastado e assistir a um vídeo-documentário poético que mescla dados reais com subjetividade estética.

Neste momento da criação, reconheço que o conceito ainda está em amadurecimento, mas já se configura como uma estrutura viável tanto em termos narrativos quanto técnicos. As próximas etapas de experimentação e construção prática servirão para validar sua coerência, impacto e capacidade de gerar engajamento.

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Anderson Adão

Doutorando em Média-Arte Digital pela Universidade Aberta e Universidade do Algarve em Portugal.

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Registo criativo e de investigação do módulo Projeto de Média-Arte Digital do Doutoramento em Média-Arte Digital da Universidade Aberta e Universidade do Algarve.

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